segunda-feira, 26 de março de 2012


Me desculpe, meu amor, tive que partir para entender essa ânsia de você.
Você virou o meu mundo, mas tenho que encontrar a minha própria vida.
Me desculpe pelas lágrimas derrubadas no papel, pelas letras borradas.

Fui sem um último abraço, porque um abraço me faria ficar...
Por certo, menos que isso.
Me desculpe por sair assim, mas sou tragada por teus olhos cada vez que te vejo.

Me perdoe por não poder te encarar,
Por ser essa pessoa que precisa ir para entender por que deveria ter ficado.
Por ser quem foi embora.

Sou fraca, meu querido.
Pois minha força era a tua força.
Preciso sobreviver sem ti por pelo menos esses tristes tantos dias.

Mas olha, não chore não.
Sabes que sou complexa assim mesmo.
Preciso de mais tempo que as outras para me sentir inteira.

Vou e volto; grito e sussurro; arranho e deslizo...
Para o aconchego do teu corpo, minha casa.
Sempre pra você.

quinta-feira, 22 de março de 2012


É tão difícil que às vezes acho que não vou conseguir.
Uma vez que a porta tenha sido fechada,
Abri-la tornou-se cada vez mais impossível.
É como se a felicidade fosse uma realidade distante
Ou melhor, irreal.

Dói e eu tenho medo.
Quero desistir a cada momento
Fechando-me ainda mais
Enclausurada em mim.
Fora de alcance para tudo e todos.

Mas aqui dentro, mesmo que ainda presa,
Há a vontade de sorrir novamente
De ver o mundo de novo.
Espero pacientemente, ou não,
Pelo dia quem que uma brecha em meu peito se abrirá
E assim, quando a luz entrar, eu possa ser eu novamente.

Talvez eu devesse estar fazendo outras coisas, mas não consigo sair da frente dessa tela.

Minhas mãos voam involuntariamente famintas para as teclas já tão familiares ao toque.

As palavras surgem de repente, sem nenhum esforço a mais

Simplesmente brotam de mim,

Como uma fonte jorrando milhões de pensamentos que sentem vontade de conhecer o mundo

Ou de que o mundo os conheça.

Passo as madrugadas acordada,

Tendo somente o silêncio como companheiro

E o som das teclas sob meus dedos como única música.

As horas passam sem que eu me dê conta

Nada mais importa até que tudo tenha saído.

Vejo o sol nascer da minha janela,

Minha vista pesa e sei que a qualquer momento

O despertador vai tocar, me trazendo de volta ao mundo.

Com uma vontade que vai além da minha compreensão,

Levanto-me preguiçosamente e parto, rumo ao cotidiano.

Vejo as mesmas pessoas, escuto as mesmas vozes, ando o mesmo caminho,

Somente para poder voltar ao ponto de partida e, assim, conseguir finalmente retornar ao mundo de onde nunca desejei ter saído.

O meu mundo, governado pelas minhas palavras.

Dormir? Dormir é para os comuns.

domingo, 4 de março de 2012

“Vai chover, mas que importa, não vou sair. Vai fazer sol, que importa, você não vem. Nada interessa da janela pra lá, se da janela pra cá eu estou sozinho.”

                                                                                      - Caio Augusto Leite
"Você tem cheiro de roupa limpinha com mente suja e eu quero te rasgar inteiro. Mas apenas te dou um beijinho no rosto. Preciso me comportar."

                                                                                        - Tati Bernardi