quinta-feira, 28 de julho de 2011



Nosso amor foi como água, escoou pelas mãos. 

Nua



Vem, tira essa angústia de mim.
Arranca essa dor aqui do meu peito.
Leva pra bem longe.
Vem, fica aqui do meu lado.
Me enche de felicidade.
Preenche os espaços vazios à espera de ti.
Vem, me dispa com o olhar.
É assim, nua diante de teus olhos, que eu quero ficar.
Retira todo o véu que me esconde.
Liberta-me de mim mesma.
Em contraponto, prenda-me em seus braços.
Só não deixe de vir.

Irrequieto


Ando com medo de ser feliz.
Deito no escuro e fecho os olhos. Escondo o rosto entre as mãos, trancando o mundo lá fora.
É, sei lá. Conhece aquele medo que dá na gente quando alguma coisa muda de repente? Então... acho que estou com medo da felicidade.
Você perturbou minha comodidade. Chegou como quem não quer nada e tirou meu conforto. Não sei se gosto ou desgosto.
Desordenou tudo aqui dentro, sabe? E agora nessa confusão me perdi.
E aquele abismo que se abre toda vez que te vejo? Constante, constante...
Mas o que me incomoda mesmo são as variáveis. Não é preto no branco e esse colorido inquieta.
Quando você fica tanto tempo no escuro a luz te machuca.
Mas não machuca eu, não.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Despedida


Não. Eu não quero fechar os olhos, se isso só me afastará de ti.
É tão pouco o tempo que temos...
Cada instante não é o bastante.
Mas é o que temos.
Minhas pálpebras pesam; você sorri e diz pra eu não lutar contra o sono.
Mas não quero perder-te por nenhum segundo.
Está tão escuro agora.
Meus olhos, por fim, fecham-se num último vislumbre dos teus tão azuis.
Suas cálidas mãos me afagavam a face numa doce carícia lenta.
"Por que queres tanto que eu durma?"
Sussurrei numa última prece.
"Quero decorar-te assim, serena. Adormecida em meus braços pela última vez. Porque o amanhã, meu amor, além de incerto, pode ser muito cruel. Quero ter-te em minha mente uma última imagem de ti, de nós, assim, unidos nesse abraço que jamais deveria se partir. Durma, eu velarei seu sono essa noite."
Com um beijo casto em minha testa, ele me trás para mais perto e envolvidos no calor um do outro esperamos pela chegada do amanhã numa última noite de paz.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Simbiose de Nós Dois


Vem, chega mais perto.
Respira fundo e mergulha de cabeça em meus braços tão abertos.
Convite mudo inquietante.
Doce desejo cego.
Beije meus lábios daquele jeito que só você sabe, daquele jeito que só você consegue.
Mescle sua respiração com a minha.
Vem, chega mais perto, me faz perder o fôlego; não quero saber onde começo, onde você termina.
Vem, vem dançar comigo, amor; você que conhece cada detalhe.
Deixa eu sentir o teu, o nosso cheiro.
Tua pele tão minha, minha pele tão tua.
Me segura forte, não solta não.
Olha nos meus olhos mais uma vez.
Teu olhar diz tudo que precisa ser dito.
Deixa eu te sentir tão perto. Suor nosso.
Vem, não vai embora não.
Quero amar você... deita aqui do meu lado.

sábado, 23 de julho de 2011

Metade - Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza.
Que a mulher que amo seja para sempre amada
mesmo que distante,
porque metade de mim é partida, 
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo 
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa 
que resta a um homem inundado de sentimentos,
porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada,
porque metade de mim é o que penso, 
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância,
porque metade de mim é a lembrança do que fui 
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais,
porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém tente complicar,
porque é preciso simplicidade para fazê-la  florescer,
porque metade de mim é platéia 
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Tentou engolir o grito da alma, mas vomitou. Vomitou cantando. Cantou a noite inteira com o vento. Cantou tanto até tornar tudo uma única voz, num único tom, um único alívio.
Eram tantos os amores criando teias no peito, que já nem sabia mais qual deles estava sendo cantado. 
Emudeceu."



(Emily - Inserindo ) Simplesmente perfeito!

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Por tantas vezes eu tentei me explicar.
Por tantas vezes eu tentei entender.
Por tantas vezes eu falhei.
Falhei por tentar demais?

Teus Olhos e Teus Olhares


Menino, na primeira vez que te vi, me senti sugada por teus olhos. Tão vivos, tão teus! Perdi o fôlego e te amei ali, naquele momento. Nem um segundo a mais, nem um segundo a menos.
Menino, na segunda vez que te vi, teus olhos me viram. Eu, já te amando desde o primeiro instante, quis que você me amasse. Decorei-te ali, imagem de menino-homem. Amei-te ainda mais.
Na terceira vez, pensei ser experiente de ti. Tinhas-te decorado. Mas teus olhos, teus olhos não eram fáceis.
Hoje, menino, te chamo meu. Teus olhos me vêem como nenhum outro. Me sinto tão viva, tão tua.

sexta-feira, 8 de julho de 2011


Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros

Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos, mas você foi
O meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer

A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender

Depois de você
Os outros são os outros e só

São tantas noites em restaurantes
Amores sem ciúmes
Eu sei bem mais do que antes
Sobre mãos, bocas e perfumes

Eu não consigo achar normal
Meninas do seu lado
Eu sei que não merecem
Mais que um cinema
Com meu melhor namorado

Quando você foi...

Levou tudo com você.
Meu coração em frangalhos já não sentia.
Minhas lágrimas secaram de tanto que as derramei.
Meus lábios racharam sem teus beijos.
Meus braços ficaram frios sem teus abraços.
Meu sorriso ficou vazio, sem razão.
Quando você se foi, não restou nada pra mim.
Só esse constante inverno.
Vazio e frio.
Ando tão sem rumo que até as palavras perderam o sentido.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Entre Sem Bater



Entrei sem bater e me perdi nos muitos caminhos que encontrei. Labirintos sem fim, estradas intrincadas. Quanto sentimento! Interminável é o andar da palavra. Corri junto com elas e eram tuas. Li a mim mesma em teus poemas. Incríveis são tuas palavras que me levam para longe daqui e me trazem tão perto de ti. Reconheci em cada letra teus traços, teu amor. Teu rosto está em todas elas. 
Entrei sem bater e não posso sair. Sou prisioneira em teus pontos, guiada por tuas vírgulas. Perdi-me no meio de tuas interrogações. O que queres realmente de mim? 
Pobre são meus olhos úmidos de lágrimas teimosas que embaçam minha leitura de ti, de nós. Tu sabes que nos enxergo em cada sílaba.