quarta-feira, 27 de julho de 2011

Despedida


Não. Eu não quero fechar os olhos, se isso só me afastará de ti.
É tão pouco o tempo que temos...
Cada instante não é o bastante.
Mas é o que temos.
Minhas pálpebras pesam; você sorri e diz pra eu não lutar contra o sono.
Mas não quero perder-te por nenhum segundo.
Está tão escuro agora.
Meus olhos, por fim, fecham-se num último vislumbre dos teus tão azuis.
Suas cálidas mãos me afagavam a face numa doce carícia lenta.
"Por que queres tanto que eu durma?"
Sussurrei numa última prece.
"Quero decorar-te assim, serena. Adormecida em meus braços pela última vez. Porque o amanhã, meu amor, além de incerto, pode ser muito cruel. Quero ter-te em minha mente uma última imagem de ti, de nós, assim, unidos nesse abraço que jamais deveria se partir. Durma, eu velarei seu sono essa noite."
Com um beijo casto em minha testa, ele me trás para mais perto e envolvidos no calor um do outro esperamos pela chegada do amanhã numa última noite de paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário