sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A da má sorte

Você abriu uma janela despertando uma ilusão,
cegando por completo minha razão,
Mantive a esperança conhecendo seu interior.
Sentindo tão longe seu calor.
Provei a maçã por amor.

Quero não te amar mais e enterrar essa dor,
Quero que meu coração te esqueça
Quero ser como você, quero ser eu a forte.
O que te pedi foi somente uma troca de sinceridade
Quero que, finalmente, meu amor seja correspondido
Porque sempre sou eu a da má sorte.

Você vem e me acaricia e vai embora com o sol,
Me dói só ser sua diversão
Você diz que me ama, que não há ninguém como eu,
Que sou a dona do seu coração
Mas alguém mais está habitando-o

Não sou a dona do seu coração,
Eu sou quem sobra nessa habitação...

                                                                             La de la Mala Suerte - Jesse & Joy

sábado, 17 de dezembro de 2011

Esqueça


Esqueça todos os beijos
Todos os abraços
Todo riso, sorriso trocado,
Todo segredo confiado
Todas as juras partilhadas

Esqueça as noites mal dormidas
Esqueça os lençóis divididos
Esqueça os carinhos, esqueça.

Deixe ir embora essas lembranças
Mesmo num rio de lágrimas.
Deixe escoar.

Esqueça que um dia eu disse que eras meu.
Aqui, tentarei esquecer que um dia me disse sua.
Esqueça aquela velha conhecida música.
Esqueça aquele nosso velho e conhecido amor

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ontem




Senti aquela vontade de ter você. Mas junto veio um medo de sofrer, de arriscar, de me jogar em seus braços sem ter certeza de que eles estarão abertos.
Senti uma vontade de chamar o teu nome bem alto, pra ver se você me ouviria e viria correndo.
Senti uma vontade de sair na chuva e dançar no meio da rua, só pra ver se você me resgataria.
Senti uma vontade enorme de beber suco de uva, só porque eu sei que é o seu favorito.
Senti uma vontade enorme de comer sorvete de baunilha, só porque o sabor me lembra o gosto dos seus lábios.
Senti uma vontade de abraçar o vento e sentir nele o seu cheiro, que por vezes me pega de surpresa enquanto passeia pela brisa.
Senti uma vontade de pegar o telefone, só pra ouvir a mensagem que nunca tive a coragem de apagar.
Senti uma vontade, mas isso foi ontem.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ei, Princesa!


O príncipe não chega quando você completa 16, muito menos montado num cavalo branco.
Se você espetar o dedo no fuso de uma roca, você não vai dormir, seu dedo vai sangrar e provavelmente precisará usar um Band-Aid.
Fadas madrinhas podem até existir, mas elas não têm asas e nem varinhas.
Espinhos, esses sim existem – bruxas malvadas também.        
Não adianta bater o calcanhar três vezes e desejar voltar pra casa depois de um dia exaustivo de trabalho. Ônibus passam longe de carruagens e mesmo se você estiver em seu carro, o trânsito vai exigir muito da sua paciência.
Estrada de tijolos de ouro – dourados, que seja – ainda não vi nenhuma. Algumas são até asfaltadas, mas tem muito buraco por aí.
Se alguém quiser te beijar assim que você acorda – depois de 100 anos ou não, vai saber – é porque te ama muito ou não sente cheiros. Ninguém está livre do mau hálito matinal.
Você vai insistir em beijar os sapos e vai pensar que pode transformá-los. Já adianto que isso é muito pouco provável.
Todo mundo precisa de um amigo, mas um de verdade; daqueles que se colocam em confusões junto com você, que te fazem rir nas horas mais inusitadas, que vão entender o que você está sentindo quando nem você faz ideia, daqueles que são irmãos e que por alguma obra do destino caíram em famílias diferentes.
Faça uma trilha sonora pra sua vida. É isso mesmo, uma trilha sonora. Libere tudo na música, cante bem alto, até ficar sem voz.
Tome pelo menos um banho de chuva, pule nas poças e molhe aquele seu amigo que certamente estará com você.
Deite na grama, olhe as estrelas.
Se apaixone.
Dê altas gargalhadas mesmo se a piada for sem graça, rir é um alívio pra alma, contrai a musculatura do abdômen e, se você rir o suficiente, pode até ficar sarado.
Pode ser preciso uma longa jornada para que você descubra que tem o coração, a coragem e a sabedoria.
Lembre-se, nem sempre o que reluz é ouro. Então, não é porque você encontra uma casa feita de doces, que você deve prová-los, por mais apetitosos que eles sejam.
Migalhas de pão não são confiáveis para marcar o caminho, por isso use GPS, o mundo é cheio de curvas traiçoeiras.
Ah! Cuidado com os lobos maus.
Pense bem antes de enredar por um labirinto.
Não fique com medo do medo. Se sentir vontade de voar, se jogue. Desate todos os laços, voe. Mas espera, isso é uma metáfora, não vá pular de algum lugar alto achando que tem asas.
Ame.
Tire um dia pra não fazer nada.
Seja consciente.
Sonhe bastante, mas tenha os pés no chão.
No fim, só seja você mesmo. Ninguém pode tirar o que você é.

terça-feira, 15 de novembro de 2011



"Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os olhos mudem de cor"



- Vanessa da Mata

domingo, 23 de outubro de 2011



Nessas noites de inverno, pinto imagens de nós dois dividindo um calor só nosso. Alheios às tempestades, aos ventos, protegidos do frio cortante que habita a rua vazia. Crio cenas nossas, olhando a lua enrolados nos braços um do outro, dentro de um mundo que só nós compartilhamos. Vejo-nos juntos, esquecidos de tudo e por todos, acompanhados de uma xícara de café e outra de chocolate.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011



        Sentada numa cadeira dura, fria e gasta, ela encara o reflexo borrado num espelho rachado. Um milhão de demônios a atormentam. Provocam o extrapolar do limite.

            Os olhos castanhos vidrados manchados pela maquiagem negra, grandes demais para o pequeno rosto ausente de luz, tão pedintes de algo; numa súplica silenciosa que escorre num caminho de infinitas lágrimas.
            Cabelos negros encaracolados emolduravam a face e escorriam longos pelas costas da menina, que tentava encontrar-se na imagem quebrada do espelho antigo e enferrujado. Mas o que ela via?
            Os lábios róseos sujos pelo rubro batom – destoando das paredes amarelo-gasto do quarto, agora escuro, com cama de ferro descascado que range até com a brisa que entra pela janela de madeira escurecida que em seus dias de glória até poderia ser dita bonita – mudos numa sufocante vontade de grito, mas não recebendo nem bocejos; gemidos frustrados num idioma indecifrável; caroço na garganta.
            As mãos trêmulas de unhas tortas com esmalte barato descascado no que um dia foi um preto brilhante agarram torpes os braços finos e fracos num abraço que implora socorro a si mesmo. Num abraço sem calor, sem amor, sem nada.
Vazio.
            As pernas magras recolhidas junto ao peito coberto por uma camisa velha que há muito tempo foi azul-marinho, arrepiadas e geladas, porém dormentes. Dormentes como o coração da frágil moça que agora fecha os olhos, naquela mesma posição, ao sair do primeiro raio de sol e finalmente dorme.

sábado, 1 de outubro de 2011




Nós faremos tudo
Tudo
Por nossa conta

Nós não precisamos
De nada
Ou de ninguém


Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e só esqueceria do mundo?

Eu não sei bem
Como dizer
Como eu sinto

Aquelas três palavras
São ditas demais
Elas não são o suficiente


Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e só esqueceria do mundo?

Esqueça o que nos falaram
Antes que fiquemos velhos demais
Mostre-me um jardim que esteja ganhando vida

Vamos passar o tempo
Perseguindo carros
Em volta de nossas cabeças

Eu preciso da sua graça
Para me lembrar
De achar a minha própria


Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria do mundo?

Esqueça do que nos falaram
Antes que fiquemos velhos demais
Mostre-me um jardim que está se abrindo para a vida.

Tudo o que eu sou
Tudo que já fui
Está aqui nos seus olhos perfeitos, eles são tudo o que consigo ver


Eu não sei onde
Confuso sobre como, também
Apenas sei que estas coisas jamais mudarão para nós
Se eu me deitar aqui
Se eu simplesmente me deitar aqui
Você deitaria comigo e esqueceria do mundo?

sábado, 17 de setembro de 2011

Não Mais


Era uma vez
Um som,
Um cheiro,
Uma voz,
Uma música,
Um amor.

Era uma vez
Uma história,
Um romance,
Um castelo,
Um final feliz.

Era uma vez
Eu,
Você.
Nós.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

(...) Posso te garantir que o verão solitário me deixou mais mulher, mais leve e mais bronzeada e que, depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol."

— Tati Bernadi

terça-feira, 13 de setembro de 2011



Ela gritou tão alto que a voz ecoou distante, mas ninguém parecia ouvir. Ela chorou rios de lágrimas silenciosas que escorreram sem fim, mas ninguém veio secá-las. Ela correu até que os pés doessem e os joelhos falhassem, mas ninguém veio ampará-la. Ela sentiu frio até os lábios arroxearem, até o queixo bater em desespero, mas ninguém veio acolhê-la. Ela se perdeu pelo caminho, ralou os joelhos, arranhou as mãos nas duras e afiadas pedras da vida. Ela quis se esconder, mas não tinha abrigo. Ela quis amar, mas não sabia o que era o amor. Mas o amor tinha que estar em algum lugar lá fora, não tinha?

Ele queria ser livre, mas nunca criou asas para voar. Ele percorreu aos tropeços uma trilha que parecia não ter fim, em busca da felicidade. Ele cantou e cantou, na esperança de que o vento levasse a melodia até ela e a trouxesse pra ele, mas apenas a lua e as estrelas eram sua plateia. Ele olhou o céu diversas vezes por demasiadas noites imaginando como seria tocá-la, porque sentir, ele a sentia e amava. Mas a distância era tanta que ele continuou andando, desanimado. Ele precisava chegar.

Foi então que numa noite estranha dessas, onde tudo parece meio torpe e o tempo parece não passar, que eles finalmente se esbarraram numa esquina qualquer. Andando de cabeça baixa, com os fones no ouvido e a música alta o embalando, ele não percebeu que ela estava ali, andando meio sem jeito em sua direção, igualmente alheia. Depois de todas as rachaduras e buracos, os passos se acertaram e os ombros se chocaram, os olhares se cruzaram... Era o começo de uma história onde um completaria o outro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Doce menina, cujo sorriso guarda tantos mistérios, não feche esses olhos de jabuticaba tão vivos e ávidos por emoções. Não se prive da vida que lhe foi dada, não fuja do mundo em que foi jogada. Não tenha medo do bicho-papão, não deixe sua luz se apagar, me deixe acender uma vela pra você. Menina, não corra para longe, não se enclausure no escuro de si mesma num caminho sem volta. Todas essas feridas, cicatrizes tatuadas na sua pele, são marcas do que você é. Não sinta vergonha delas, não há motivos para envergonhar-se de si.

domingo, 21 de agosto de 2011


Ela queria tanto se afastar que fechou os olhos, se encolheu pequena em casulo de si mesma e esqueceu de abri-los uma vez mais. Não pode ver enquanto a vida passava. Ele veio feito brisa e soprou leve na pequena menina e como um pequeno feixe de luz penetrou por entre os dedos que serviam de máscara e ocultavam os doces olhos. Lutou com a persistência e delicadeza de água, perfurando as barreiras que a fechavam para, por fim, despertá-la. E assim, os olhos que há muito esquecidos estavam, despertaram para a vida novamente.

Meu Querer


Ai! Que vontade de te colocar no colo, fazer um cafuné e te dizer que tudo vai ficar bem. Que vontade de afagar teu coração, te livrando dessa dor que não merece estar em ti. Que vontade de colher cada lágrima tua derramada e transformá-las em chuva que cai pra lavar a tua alma. Que vontade de te abraçar aqui pertinho, em silêncio, só pra te ouvir respirar. Que vontade de sentir teu coração batendo perto do meu num ritmo que se completa. Quanta vontade de você.

quinta-feira, 28 de julho de 2011



Nosso amor foi como água, escoou pelas mãos. 

Nua



Vem, tira essa angústia de mim.
Arranca essa dor aqui do meu peito.
Leva pra bem longe.
Vem, fica aqui do meu lado.
Me enche de felicidade.
Preenche os espaços vazios à espera de ti.
Vem, me dispa com o olhar.
É assim, nua diante de teus olhos, que eu quero ficar.
Retira todo o véu que me esconde.
Liberta-me de mim mesma.
Em contraponto, prenda-me em seus braços.
Só não deixe de vir.

Irrequieto


Ando com medo de ser feliz.
Deito no escuro e fecho os olhos. Escondo o rosto entre as mãos, trancando o mundo lá fora.
É, sei lá. Conhece aquele medo que dá na gente quando alguma coisa muda de repente? Então... acho que estou com medo da felicidade.
Você perturbou minha comodidade. Chegou como quem não quer nada e tirou meu conforto. Não sei se gosto ou desgosto.
Desordenou tudo aqui dentro, sabe? E agora nessa confusão me perdi.
E aquele abismo que se abre toda vez que te vejo? Constante, constante...
Mas o que me incomoda mesmo são as variáveis. Não é preto no branco e esse colorido inquieta.
Quando você fica tanto tempo no escuro a luz te machuca.
Mas não machuca eu, não.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Despedida


Não. Eu não quero fechar os olhos, se isso só me afastará de ti.
É tão pouco o tempo que temos...
Cada instante não é o bastante.
Mas é o que temos.
Minhas pálpebras pesam; você sorri e diz pra eu não lutar contra o sono.
Mas não quero perder-te por nenhum segundo.
Está tão escuro agora.
Meus olhos, por fim, fecham-se num último vislumbre dos teus tão azuis.
Suas cálidas mãos me afagavam a face numa doce carícia lenta.
"Por que queres tanto que eu durma?"
Sussurrei numa última prece.
"Quero decorar-te assim, serena. Adormecida em meus braços pela última vez. Porque o amanhã, meu amor, além de incerto, pode ser muito cruel. Quero ter-te em minha mente uma última imagem de ti, de nós, assim, unidos nesse abraço que jamais deveria se partir. Durma, eu velarei seu sono essa noite."
Com um beijo casto em minha testa, ele me trás para mais perto e envolvidos no calor um do outro esperamos pela chegada do amanhã numa última noite de paz.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Simbiose de Nós Dois


Vem, chega mais perto.
Respira fundo e mergulha de cabeça em meus braços tão abertos.
Convite mudo inquietante.
Doce desejo cego.
Beije meus lábios daquele jeito que só você sabe, daquele jeito que só você consegue.
Mescle sua respiração com a minha.
Vem, chega mais perto, me faz perder o fôlego; não quero saber onde começo, onde você termina.
Vem, vem dançar comigo, amor; você que conhece cada detalhe.
Deixa eu sentir o teu, o nosso cheiro.
Tua pele tão minha, minha pele tão tua.
Me segura forte, não solta não.
Olha nos meus olhos mais uma vez.
Teu olhar diz tudo que precisa ser dito.
Deixa eu te sentir tão perto. Suor nosso.
Vem, não vai embora não.
Quero amar você... deita aqui do meu lado.

sábado, 23 de julho de 2011

Metade - Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
porque metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza.
Que a mulher que amo seja para sempre amada
mesmo que distante,
porque metade de mim é partida, 
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo 
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa 
que resta a um homem inundado de sentimentos,
porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
e que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada,
porque metade de mim é o que penso, 
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância,
porque metade de mim é a lembrança do que fui 
a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais,
porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém tente complicar,
porque é preciso simplicidade para fazê-la  florescer,
porque metade de mim é platéia 
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Tentou engolir o grito da alma, mas vomitou. Vomitou cantando. Cantou a noite inteira com o vento. Cantou tanto até tornar tudo uma única voz, num único tom, um único alívio.
Eram tantos os amores criando teias no peito, que já nem sabia mais qual deles estava sendo cantado. 
Emudeceu."



(Emily - Inserindo ) Simplesmente perfeito!

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Por tantas vezes eu tentei me explicar.
Por tantas vezes eu tentei entender.
Por tantas vezes eu falhei.
Falhei por tentar demais?

Teus Olhos e Teus Olhares


Menino, na primeira vez que te vi, me senti sugada por teus olhos. Tão vivos, tão teus! Perdi o fôlego e te amei ali, naquele momento. Nem um segundo a mais, nem um segundo a menos.
Menino, na segunda vez que te vi, teus olhos me viram. Eu, já te amando desde o primeiro instante, quis que você me amasse. Decorei-te ali, imagem de menino-homem. Amei-te ainda mais.
Na terceira vez, pensei ser experiente de ti. Tinhas-te decorado. Mas teus olhos, teus olhos não eram fáceis.
Hoje, menino, te chamo meu. Teus olhos me vêem como nenhum outro. Me sinto tão viva, tão tua.

sexta-feira, 8 de julho de 2011


Já conheci muita gente
Gostei de alguns garotos
Mas depois de você
Os outros são os outros

Ninguém pode acreditar
Na gente separado
Eu tenho mil amigos, mas você foi
O meu melhor namorado

Procuro evitar comparações
Entre flores e declarações
Eu tento te esquecer

A minha vida continua
Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender

Depois de você
Os outros são os outros e só

São tantas noites em restaurantes
Amores sem ciúmes
Eu sei bem mais do que antes
Sobre mãos, bocas e perfumes

Eu não consigo achar normal
Meninas do seu lado
Eu sei que não merecem
Mais que um cinema
Com meu melhor namorado

Quando você foi...

Levou tudo com você.
Meu coração em frangalhos já não sentia.
Minhas lágrimas secaram de tanto que as derramei.
Meus lábios racharam sem teus beijos.
Meus braços ficaram frios sem teus abraços.
Meu sorriso ficou vazio, sem razão.
Quando você se foi, não restou nada pra mim.
Só esse constante inverno.
Vazio e frio.
Ando tão sem rumo que até as palavras perderam o sentido.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Entre Sem Bater



Entrei sem bater e me perdi nos muitos caminhos que encontrei. Labirintos sem fim, estradas intrincadas. Quanto sentimento! Interminável é o andar da palavra. Corri junto com elas e eram tuas. Li a mim mesma em teus poemas. Incríveis são tuas palavras que me levam para longe daqui e me trazem tão perto de ti. Reconheci em cada letra teus traços, teu amor. Teu rosto está em todas elas. 
Entrei sem bater e não posso sair. Sou prisioneira em teus pontos, guiada por tuas vírgulas. Perdi-me no meio de tuas interrogações. O que queres realmente de mim? 
Pobre são meus olhos úmidos de lágrimas teimosas que embaçam minha leitura de ti, de nós. Tu sabes que nos enxergo em cada sílaba. 

quinta-feira, 30 de junho de 2011


Não é desistir, é perceber que aquilo não valia o esforço. É encontrar um novo propósito. Nos mantemos fortes até o fim por mais difícil que seja, o problema é que nem sempre depende só da gente.

Tenho tantos amores aqui dentro do peito que já não sei pra quem escrevo. Talvez seja pra mim mesmo, talvez seja pra ninguém. Vai ver é só a vontade de colocar tudo pra fora, mas é vontade hipócrita, pois ainda quero todos só pra mim. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011



Minhas mãos estão geladas, não sei o que fazer com elas. Minha boca secou de repente. O chão parece se abrir sob meus pés, já não confio mais em minhas pernas. Meu equilíbrio é inexistente. 
Você caminha meio hesitante em minha direção. Me coração acelera ainda mais. Você sorri confiante e depois divertido, achando graça por me ver nervosa. Eu sorrio meio sem graça, você é o único que me deixa assim. Você chega perto. Eu olho em seus olhos. Nossas respirações irregulares se confundem. Talvez eu não seja a única nervosa... Você segura minhas mãos frias nas suas quentes. Me arrepio.
Você vira pra mim e diz: Vêm dançar comigo.
Eu vou.
Caminhamos lado a lado de mãos dadas. Não sinto mais frio, só um estranho calor. Você acaricia minha mão com o polegar. Mordo os lábios, sem saber o que dizer. A música que toca é famosa, mas não posso identificá-la. Não posso ouvir nada. Paramos no centro da pista. Você me puxa pra mais perto. Desvio o olhar. Nos balançamos lentamente. Suas mãos na minha cintura. Minhas mãos no seu pescoço. Sinto seu perfume, sua respiração perto de minha orelha. 
Você diz: Você é linda.
Eu respondo: Não, não sou.
Suas mãos apertam ligeiramente minha cintura, e você diz: Sim, você é. 
Suspiro e desisto de retrucar. Continuamos dançando, mas rápido demais, a música termina. Você não me solta logo, me prende em seu abraço por alguns segundos mais. Aspiro seu perfume pela última vez, passo meus dedos pelos seus cabelos. Não quero soltar-te. Quero que você me segure pra sempre.
Nos separamos relutantes. Você sorri, pega na minha mão de novo e fala: Obrigado.
Fico confusa e pergunto: Pelo que? 
Você responde: Por essa dança... Fico esperando que você diga algo mais. Quero tanto beijar-te. Porém só aceno com a cabeça e desvio os olhos. 
Ainda estamos no meio da pista de dança. Parados enquanto todos se movimentam. A música que toca agora é agitada, mas ainda não posso ouvi-la, só a sua voz.
Sua mão livre me segura o queixo e levanta meu rosto: Não se esconda de mim.
Respondo: Eu não me escondo.
Você chega mais perto novamente e como um alarme irritante, meu coração bate tão forte que posso ouvi-lo mais que a música alta.
O que está fazendo? - Eu pergunto.
Mostrando o meu amor. - Você me beija.
Seus lábios são tão macios e firmes. Suas mãos me seguram com força, mas com o receio de que eu possa quebrar a qualquer momento. Você não quer me assustar, mas eu quero mais. Depois de tanto tempo esperando pelo amor, só quero sentir e sentir, até a última gota. Insaciável. Você para o beijo. Olha em meus olhos. Dessa vez não desvio o olhar.
Eu digo: Vem comigo.
Você vem. 
Saímos daquela confusão de gente. Somos só nós dois agora.
Sinto vontade de cantar, correr, pular, gritar! Sinto a felicidade, além do amor. 
Paro no meio da rua deserta. Ao fundo um trovão distante ecoa. A luz do poste pisca e se firma acesa. Nada, porém, brilha mais que seus olhos.
Você grita: Eu amo você!
Eu sorrio ainda mais: Eu amo você.
Eu te beijo. A chuva cai. 

Amor,

Passei muitas horas tentando escrever-te. Gastei muitas folhas com palavras que nunca chegavam perto do que preciso dizer a ti. Desculpe-me se mesmo após todas essas tentativas, ainda pareça pouco. Eu estou apaixonada, Amor, e não sei o que fazer. É um sentimento tão forte que não cabe aqui dentro. Sinto-me uma caixinha pequena demais para guardá-lo, mas receio tanto em deixá-lo sair. Será egoísmo meu querer guardá-lo aqui juntinho de meu peito? Amor, você me pegou de jeito, sou marionete em suas mãos imprevisíveis. Não sou mais eu mesma. 
O que posso fazer agora, Amor? Estou tão perdida que até não encontro as palavras certas para por aqui. Amor, não sei se me amas e isso está acabando com o que resta de mim. Estou dividida: de um lado sou amor e do outro medo-dúvida. Essa incerteza me enlouquece! Ah, como quero culpar-te por tudo! Já nem sei mais o que digo, o que penso. Preciso me encontrar, mas como fazê-lo se estou andando por todas as ruas erradas? 
Essas ruas... como são intransponíveis! Caí muito em seus buracos, ralei demais meus joelhos. Corri no escuro, caminhei em precipícios, mas sempre continuei seguindo atrás dum sei-lá-o-quê. Agora estou estagnada, perdi a direção. 
Esse amor estranho me cegou, não vejo mais o caminho. 
Meu Amor, escrevo essa carta na esperança de que um dia você a leia e venha até mim, que mesmo cega continuarei andando, guiada pelo sentimento. Espero que um dia esbarres em mim e me faça ver de novo. Porque no dia em que estivermos juntos, estarei completa novamente.

terça-feira, 28 de junho de 2011


Tudo que eu quero agora é estar ao seu lado,
Porque eu já estive em todos os lugares
E todos pareceram errados
Você não estava neles.

Eu, Eu sou uma estrada de mão única
Sou uma estrada que leva pra longe
E segue você de volta pra casa.
Eu, eu sou um poste aceso
Sou uma luz branca ofuscante
Piscando sem parar. 
Em tempos assim, você aprende a viver de novo.
Em tempos assim, você se entrega e entrega de novo
Em tempos assim, você aprende a amar de novo.
Tempos assim vivem se repetindo.
Eu, eu sou um novo dia nascendo,
Sou um novo céu
Pra sustentar as estrelas de hoje à noite.
Eu… eu estou um pouco dividido
Devo ficar ou fugir pra longe
E deixar tudo isso pra trás?
Em tempos assim, você aprende a viver de novo.
Em tempos assim, você se entrega e entrega de novo.
Em tempos assim, você aprende a amar de novo.
Tempos assim vivem se repetindo. 
 

sábado, 25 de junho de 2011


Estou tão acostumada com a confusão que ela não me fere mais, só… confunde.



Me sinto tão confusa comigo, com tudo, com nada. Penso que não me entendo mais e percebo que nunca me entendi. Que agonia. 

domingo, 19 de junho de 2011


Eu me entreguei demais.
Eu imaginei demais
e o silêncio fala mais que a traição.
Foi um devaneio meu,
um veraneio seu
e um outono inteiro 
em minhas mãos.
Devaneio - Jorge Vercillo

quarta-feira, 15 de junho de 2011

To cansada de dar socos em pontas de facas.

Eu tenho andado de olhos meio abertos por esse mundo hostil , me equilibrando em meio a incertezas. Por uma vez eu queria sentir que tudo está certo. Sinto-me um vazio que ocupa espaço e talvez o seja, vazio que deseja avidamente ser preenchido, acolhido, acalentado. Sinto tanto aqui dentro que pareço não sentir nada. Sou contraponto de mim; antítese inevitável; sorriso tristonho. Quero aprender a viver, domar a dor, controlar o pranto e finalmente ser. Ser o que? Não sei. Somente ser, deixar de apenas existir. A noite é berço de minhas divagações intermináveis. Ela me conta entre sussurros imaginados que viver é um eterno descontrole de ser. Mas o que eu sou? O que um vazio, mesmo um que ocupe espaço, é? O murmúrio noturno responde que sou faminta de amor; que a dor é no coração, mas não só naquele que bate, é naquele que sente; que o pranto é o coração de sentimento querendo amar e amor; que para aprender a viver é preciso aprender a amar, mas que amar não se aprende, se sente. 
A noite me diz: Menina, você é contradição, inspiração, vontade. Eu digo: Quero ser amor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011



Tenho medo.
Medo do medo de amar, medo do medo de amor.
Ah! Quero tanto a felicidade, a completude de mim.. 
Mas tenho tanto medo de arriscar, medo da dor do ser.
Eu sou? O que eu sou? Quem sou? 
Quero me descobrir.
Mergulhar em teu corpo-casa, coração.

Não quero parecer fraca, só quero me sentir completa.


Amor, que tipo de inspiração é você que foges de mim?

sexta-feira, 10 de junho de 2011